É a princesa guerreira, Orixá feminino de Nagô (Iorubá), nascida de Orungá e do ventre de Yemanjá, depois de um incesto de Orugan. Em toda a África Obá era cultuada como a grande deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudda como Iyá Agbá, e mantém estreitas relações com as Iya Mi. Era uma mulher forte, que comandava as demais e desafiava o poder masculino. Terceira mulher de Sàngó, depois de Oya e Osun. Considerada por alguns como a irmã de Iansã. Ela desafiou e venceu as lutas, sucessivamente contra Osalá, Sàngó e Orunmilá. Obá era uma mulher vigorosa e cheia de coragem. Faltava-lhe, talvez, um pouco de charme e refinamento. Mas ela não temia ninguém no mundo. Seu maior prazer era lutar. Seu vigor era tal que ela escolheu a luta e o pugilato como profissão. Obá saiu vencedora de todas as disputas que foram organizadas entre ela e diversos orixás. Ela derrotou Obatalá, tirou Oxossi de combate, deixou no chão Orunmilá. Oxumaré não resistiu à sua força. Ela desafiou Obaluaê e botou Exú prá correr. Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo e lança. Altiva, sombria e muito respeitada.

Obá é a representação dos ancestrais femininos, anciã e guardiã da sociedade Eleekô. Está associada à água e à cor vermelha. Representa o mais antigo e arcaico. Símbolo genitor, capaz de grandes sacrifícios próprios, lutadora, guerreira e companheira inseparável de L'Oya.

- Obasy, rio revolto
- Obasy, mística e idosa, com bons costumes, porém, grosseira.
- Obasy, mulher valente, orixá de uma orelha só.
- Obasy, quando em fúria transborda, agita-se.

Obasy é a senhora da sociedade elekoo, porém no Brasil esta sociedade está muito restrita, sendo assim, esta sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obasy é a senhora da sociedade lesse-orixa.

Tudo relacionado a Obasy é envolto em um clima de mistérios, e poucos são os que entendem seus atos aqui no Brasil. Certas pessoas a cultuam como se fosse da família ji, ao passo que outras a cultuam como se fosse um Xangô fêmea. Obasy e ewa são semelhante, são primas e ambas possuem oro omi osun. Ela usa ofá (arco e flecha) assim como Ewa e ambas são identificadas também com Odé. Obasy usa a festa da fogueira de xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de xangô mais fieis a ele.

OBA é ORIXÁ ligado a água, guerreira e pouco feminina. Suas roupas são vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre. Usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada. Conta e lenda que OBA, repudiada por XANGÔ. vivia sempre rondando o palácio para voltar.

Notas bibliográficas
Candomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin - 2000

Lendas

... obá versus ogum

Seu maior prazer era lutar. Seu vigor era tal que ela escolheu a luta e o pugilato como profissão. Obá saiu vencedora de todas as disputas que foram organizadas entre ela e diversos orixás. Ela derrotou Obatalá, tirou Oxossi de combate, deixou no chão Orunmilá. Oxumaré não resistiu à sua força. Ela desafiou Obaluaê e botou Exú prá correr. Chegou a vez de Ogum! Ogum teve o cuidado de consultar Ifá, antes da luta. Os adivinhos lhe disseram para fazer oferendas, compostas de duzentas espigas de milho e muitos quiabos. Tudo pisado num pilão para se obter uma massa viscosa e escorregadia. Esta substância deveria ser depositada num canto do terreno onde eles lutariam. Ogum seguiu, fielmente, estas instruções. Na hora da luta, Obá chegou dizendo: "O dia do encontro é chegado". Ogum confirmou: "Nós lutaremos, então, um contra o outro". A luta começou. No início, Obá parecia dominar a situação. Ogum recuou em direção ao lugar onde ele derramara a oferenda. Obá pisou na pasta viscosa e escorregou. Ogum aproveitou para derrubá-la. Rapidamente, libertou-se do seu pano e a possuiu ali mesmo, tornou-se, dessa maneira, seu primeiro marido.

... obá enganada por amor

Mais tarde, Obá tornou-se a terceira mulher de Xangô, pois ela era forte e corajosa. A primeira mulher de Xangô foi Oiá-Iansã que era bela e fascinante. A segunda foi Oxum, que era coquete e vaidosa. Uma rivalidade logo se estabeleceu entre Obá e Oxum. Ambas disputavam a preferência do amor de Xangô. Obá procurava, sempre, surpreender o segredo das receitas utilizadas por Oxum quando esta preparava as refeições de Xangô. Esta era jovem e elegante Obá era mais velha e usava roupas fora de moda. Nem chegava a se dar conta disto, pois pretendia monopolizar o amor de SÀNGÓ. Com este objetivo, sabendo o quanto SÀNGÓ era guloso, procurava surpreender os segredos das receitas na cozinha, utilizadas por OSUN quando preparava as comidas de SÀNGÓ. OSUN, irritada, decidiu pregar-lhe uma peça.

Um belo dia pediu-lhe que viesse assistir um pouco mais tarde a preparação de um determinado prato, que segundo ela disse maliciosamente, realizava maravilhas junto a SÀNGÓ, o esposo comum. Obá apareceu na hora indicada. Osún tendo a cabeça atada por um pano que lhe escondia as orelhas, cozinhava uma sopa, na qual boiava dois cogumelos. Osun mostrou-os a sua rival, dizendo-lhe que havia cortado as próprias orelhas e colocando-as para ferver na panela, a fim de preparar o prato predileto de SÀNGÓ. Este chegando logo depois tomou a sopa com apetite e deleite e retirou-se gentil e apressado na companhia de Osun.

Na semana seguinte era a vez de Obá cuidar de SÀNGÓ e ela decidiu por em prática receita maravilhosa. Cortou uma das orelhas e a cozinhou em uma sopa destinada a seu marido. Este não demonstrou nenhum prazer em vê-la com a orelha decepada e achou repugnante o prato que lhe serviu. Osun apareceu neste momento, retirou seu lenço e mostrou que as suas orelhas jamais haviam sido cortadas, nem devoradas, por SÀNGÓ. Começou então a caçoar da pobre Obá, que, furiosa, precipitou-se sobre sua rival. Seguiu-se uma luta corporal entre elas. SÀNGÓ, irritado, fez explodir seu furor. Osun e Obá, apavoradas, fugiram e transformaram-se nos rios que levam seus nomes. No lugar da confluência dos dois cursos de água as ondas tornam-se muito agitadas em consequência da disputa das duas divindades pelo amor de Xangô.

...Obá provoca a morte do cavalo de Xangô

Xangô era um conquistador de terras e de mulheres, vivia sempre de um lugar para o outro. Em Cossô fez-se rei e casou-se com Obá. Obá era sua primeira e mais importante esposa, Obá passava o dia cuidando da casa de Xangô, moía a pimenta, cozinhava e deixava tudo limpo.

Xangô era um conquistador de terras e de mulheres. Uma vez Xangô viu Oyá lavando roupa na beira do rio e dela se enamorou perdidamente. Com Oiá se casou, mas Xangô era um conquistador de terra e de mulheres e logo se casou de novo.

Oxum foi a terceira mulher. As três viviam às turras pelo amor do rei, para deixar Xangô feliz, Obá presenteou-lhe um cavalo branco, Xangô gostou muito do cavalo, Tempos depois Xangô saiu para guerrear levando Oiá consigo, seis meses se passaram e Xangô continuava longe, Obá estava desesperada e foi consultar Orunmilá, Orunmilá aconselhou Obá a oferecer em sacrifício um iruquerê, espanta-mosca feito com rabo de um cavalo, mandou pôr o iruquerê no teto da casa.

Para fazer a oferta prescrita pelo oráculo, Obá encomendou a Eleguá um rabo de cavalo, e Eleguá induzido por Oxum, mais que depressa cortou o rabo do cavalo branco de Xangô, mas não cortou somente os pêlos e sim a cauda toda e o cavalo sangrou até morrer.

Quando Xangô voltou da guerra, procurou o cavalo e não encontrou, deparou então com o iruquerê amarrado no teto da casa e reconheceu o rabo do cavalo desaparecido, soube pelas outras mulheres da oferenda feita pela primeira esposa.

Xangô ficou irado e mais uma vez repudiou Obá.

 

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Notas bibliográficas
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

 

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